Fluxo de lava

Para nos queimarem mais a cabeça, entre inventos e decalques do castelhano, colocam os senhores da RAG “coada de lava” em cada noticiário. A analfabetização dos poucos galegos que utilizam a sua língua é cada vez mais notória. Ouvi, há pouco tempo, mais uma palavra que não deixa de ser um hipergaleguismo ou hiperenxebrismo, “compoñente”. Era sistematicamente repetida por um dos académicos da RAG num congresso. Porém, utilizar esta palavra é o mesmo que utilizar “oficiña” ou semelhantes, uma barbaridade. É claro que os termos devem ser COMPONENTE e OFICINA. Aliás, não temos “coadas de lava”, mas FLUXO DE LAVA. Tenho certeza de que podem haver mais possibilidades para este último termo e infinitamente mais ajeitadas do que escolheram os da RAG. Infelizmente, continuam a incumprir as normas da sua academia, evadindo o achegamento com as variantes da nossa língua e criando/favorecendo o castrapo e a substituição linguística.

Obviamente, devemos entender “compoñente” como derivado de “poñer”, notório achegamento a “poner” (castelhano) e evitando o tradicional “pôr” (ou “pór” na norma da RAG). Mais uma vez estão a afastar o galego das suas variedades, escolhendo formas mais próximas do castelhano e que facilitam a perda do galego. A preferência deveria ser PÔR e deste, COMPONENTE. O galego, para sobreviver, não pode tomar como referente a língua que o está a fazer desaparecer, mas as variedades portuguesas que gozam de boa saúde. O trabalho da RAG funciona como acelerador da natural substituição linguística e só consegue atrapalhar as tentativas de restauro da nossa língua.

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