Fluxo de lava

Para nos queimarem mais a cabeça, entre inventos e decalques do castelhano, colocam os senhores da RAG “coada de lava” em cada noticiário. A analfabetização dos poucos galegos que utilizam a sua língua é cada vez mais notória. Ouvi, há pouco tempo, mais uma palavra que não deixa de ser um hipergaleguismo ou hiperenxebrismo, “compoñente”. Era sistematicamente repetida por um dos académicos da RAG num congresso. Porém, utilizar esta palavra é o mesmo que utilizar “oficiña” ou semelhantes, uma barbaridade. É claro que os termos devem ser COMPONENTE e OFICINA. Aliás, não temos “coadas de lava”, mas FLUXO DE LAVA. Tenho certeza de que podem haver mais possibilidades para este último termo e infinitamente mais ajeitadas do que escolheram os da RAG. Infelizmente, continuam a incumprir as normas da sua academia, evadindo o achegamento com as variantes da nossa língua e criando/favorecendo o castrapo e a substituição linguística.

Obviamente, devemos entender “compoñente” como derivado de “poñer”, notório achegamento a “poner” (castelhano) e evitando o tradicional “pôr” (ou “pór” na norma da RAG). Mais uma vez estão a afastar o galego das suas variedades, escolhendo formas mais próximas do castelhano e que facilitam a perda do galego. A preferência deveria ser PÔR e deste, COMPONENTE. O galego, para sobreviver, não pode tomar como referente a língua que o está a fazer desaparecer, mas as variedades portuguesas que gozam de boa saúde. O trabalho da RAG funciona como acelerador da natural substituição linguística e só consegue atrapalhar as tentativas de restauro da nossa língua.

O ILG-RAG A CHEIRAR COCAÍNA

Os senhoros do ILG-RAG passam o dia a CHEIRAR cocaína. Eu pediria que a pessoa que está a inventar estas merdas saísse das sombras e colocasse o seu nome diante de todos, para assim podermos saber quem é o linguicida que está a estragar o galego desde este programa da TVG. Uma coisa é que o estejam a fazer os castelhanofalantes que se importam uma merda com a nossa língua e que são contratados a dedo pelas pessoas que controlam e manipulam a TVG ou mesmo os encarregados da correção linguística da mesma. Porém, um programa que, supostamente, está para ajudar a melhorar a saúde da nossa língua se dedique a fazer justamente o contrário tem algum nome? Que explique a pessoa que controla e manipula o programa donde caralho tira a informação. Acho que há neste mundo muitas pessoas a jogar a ser Deus, inventando o que lhe sai dos colhões com tal de não se molestar em fazer as pesquisas pertinentes. Cada dia temos mais clara a ideia de que o ILG-RAG devem de ser eliminados ou substituídos por equipas de pessoas competentes e não por indivíduos que vivem acabando com o pouco que fica da nossa língua, cada dia mais depauperada. Julguem vocês…

Encontrar, atopar e achar

Uma mania palpável na sociedade galega é a de utilizar somente uma palavra tendo diversos sinónimos totais ou parciais. Um exemplo disto é “atopar”, uma forma potenciada pelo ILG na escrita galega, ignorando outras formas populares como encontrar ou achar.

A nossa recomendação é utilizar “encontrar” quando acharmos algo que estávamos a buscar. Por enquanto, “atopamos” uma coisa quando esta aparece por acaso. Por exemplo, “Ia pela rua e atopei uma moeda”. Finalmente, o caso de “achar” é mais genérico e pode ter um uso mais estendido: “Achei-me indisposto ontem à noite, pois não consegui fazer a digestão”, “Acho que estás equivocado, porque eu fiz as contas e davam outro resultado”, “Achei uma cheia de erros no teu texto” etc.

A reiteração de determinadas palavras empobrece a nossa língua e dificulta a comunicação com o resto de variedades com um uso normalizado e normal. Para recuperarmos a nossa língua, devemos conservá-la do melhor jeito possível, sem esquecer a enorme variedade de sinónimos que temos.

Revitalizarmos o galego

Cumpre fazermos quatro coisas para revitalizar o galego dentro do ensino:

1- Atualizar a matéria e fazer do galego uma língua moderna (menos folclorismo e mais novas tecnologias).
2- Valorizar mais o esforço e o trabalho da oralidade nas aulas. Aliás, tentar tirar o medo do alunado para se comunicarem publicamente, diante dos seus companheiros e companheiras.
3- Português obrigatório e lecionado como reforço do galego. Isto é, fazer das unidades didáticas de português uma continuação das de galego.
4- Pôr os computadores e o seus software em português, para que o alunado não tenha de fazer as pesquisas diárias na rede em castelhano. O alunado não é parvo, com explicar como funcionam G, J e Ç está tudo feito. Posso dar fé que em pouco mais de um dia têm o tema controlado.

Deste modo, teremos mais aulas da nossa língua, as competências aumentarão, o repasso e ampliação da matéria serão possíveis… O alunado terá mais oportunidades e recuperaremos as horas de galego que nos tirou o nacionalismo espanhol.

Este é o único caminho possível para trabalhar num galego com futuro. Menos exercícios obsoletos e testes e mais falar e modernizar-se. Uma língua que não é capaz de se adaptar ao passar do tempo, morre, é um ritual que vai perdendo o sentido.

GALEGO COM ORTOGRAFIA CASTELHANA

“Verdadeiramente, que escrevamos galego coa ortografia castelhana, só se pode explicar por razons históricas. Mesmo caberia defender esse tipo de ortografia em escritos dirigidos a um público formado na ortografia castelhana.

Emporisso, semelha falto de toda lógica o feito de alguns escritores empregarem a ortografia castelhana em escritos publicados em Portugal, criando dificuldades de impressom e leitura. Se esses escritores crem que essa ortografia é umha ortografia galega, estám mal informados. E como em Espanha utilizam a ortografia castelhana em honor dos alfabetizados em espanhol, deveriam empregar em Portugal a ortografia portuguesa em honor dos alfabetizados em português.”

Ricardo Carvalho Calero – De fala e da escrita.

Ano 2021

Findou o “Ano Carvalho” e começa outro ano. O que não findam são os artigos que fazem referência ao grande professor e aos seus ideais reintegracionistas. O ódio e os preconceitos das instituições contra o seu próprio povo, contra a sua língua. Um fenómeno dantesco e terrível que sobe à tona cada vez que, sem vergonha, escrevem umas palavras. Alegrou-me este dia 7 ler o artigo do Xurxo Nóvoa, professor de língua e literatura galegas. Como podemos confiar numas instituições cuja única preocupação é o bolso e não a língua? Como se pode ignorar o rumo da sociedade dando-lhe as costas e legislando a morte por autoconvencimento? Tenhamos esperança e deixemos caminho de futuro ignorando a ditadura das cunhas. Obrigado, Xurxo.

https://praza.gal/opinion/denuncia-do-equilibrio

Desnormalizar o castrapo, uma tarefa

A sociedade galega, imersa no Estado espanhol, só recebe o “input” do castelhano, causando grandes problemas de substituição lexical, morfológica e sintática. As formas castelhanas ou coincidentes com o castelhano são as únicas que se acabam por transmitir, causando um enorme deterioro. A única forma de abrir um caminho diferente, é fazer uso das formas do nosso romance extranacionais, é dizer, de tomarmos como modelo a nossa língua e não a que a está a substituir.

Palavras como “guantes”, “palomitas”, “carretera” etc. são cada vez mais e mais frequentes. A perda de transmissão linguística, a incompetência das autoridades legisladoras da palavra, as políticas de anormalização e censura convocadas desde o poder político, entre outras coisas, estão a acelerar o processo de depauperamento, que cada vez é mais acusado, do galego. Abrir um segundo caminho, que favoreça a imersão na língua própria através das suas variantes, é o jeito de normalizar palavras galegas que cada vez se ouvem menos e que são cada vez mais estranhas a ouvidos do povo galego.

O castelhano e as instituições linguísticas galegas, que nos levam para uma total confluência com este, salvo determinados diferencialismos que eles acham “identitários” do povo galego, estão a resultar altamente prejudiciais. As ideologias e identitarismos têm de ficar fora do âmbito filológico. O estudo da situação sociolinguística não oferece outra saída se não é a volta às origens, de mãos dadas com Portugal, Brasil e o resto de comunidades que utilizam a nossa língua pelo mundo em diante.

Podemos viver com diferencialismos, o que não podemos é construir sobre eles e uma língua estrangeira, pois favorece o substituição linguística e a desaparição do galego. Não faz mal utilizar “luvas”, “pipocas” ou “estrada”, também não é mau utilizar “passeio”, “doente”, “portagem”, “achar” e um longo etc. Isto seria focar a atenção no que mais fácil solução tem, depois viria a questão morfológica. Onde se preferenciam “seguridade” e não “segurança”, “tarxeta” e não “cartão” etc. E, finalmente, e pode que o mais importante, a sintaxe. Este ponto, com certeza o mais complicado, requere uma análise demorada, onde deveríamos revisar a colocação dos pronomes, as proposições que aparecem por influência do castelhano e um longuíssimo etc.

Em resumidas contas, o único jeito de desnormalizar o castrapo, é abrir uma segunda via que permita as galegas e os galegos ouvir um galego diferente, um galego cada vez menos habitual e muito benéfico para mantermos o que é de nosso. Umas instituições realmente preocupadas pela língua, focariam os esforços numa convergência parcial ou total, onde fariam mais sentido os diferencialismos, mas na situação atual, o modo de obrar das instituições é totalmente errado. Estamos ante uma incapacidade não qualitativa, mas de visão, estamos não ante uma total irrelevância no seu trabalhar, mas ante uma ótica e uma focagem de prioridades errada. Cumpre nos esforçarmos e cumpre um trabalho em conjunto e agora. Cada minuto perdido deixa mais longe a possibilidade de uma recuperação. Que é mais importante, o ideologia/identidade individual ou a recuperação coletiva do nosso bem mais prezado? Falemos com a língua.

Subordinação propositada de aberta incoerência.

Eis aqui um artigo que analisa, com total claridade, o trabalho da RAG em codificação linguística. Os encarregados das escolhas lexicográficas desfrutam fazendo da nossa língua as ruínas da sua incompetência manipuladora e da sua propositada submissão diglóssica fruto de preconceitos ideológico-identitários.

O professor Carlos Garrido, vem de publicar o artigo que vem a seguir, mas também tem outros de igual ou superior importância. Quem estiver interessado em saber mais sobre este grande profissional só tem de fazer uma pesquisa pela rede:

https://www.nosdiario.gal/opinion/carlos-garrido/incoerencias-subordinadoras-libertarom/20201104204012108299.html?fbclid=IwAR3V8n-xrz8jOFajm5I2d6gIDzmVdCVVMK1zG3OufElO7SP21TP-E2XHrAE

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